CADEIRA DE PAPEL
Vejo-os cair...
Outra e outra vez.
Sentado numa cadeira de papel,
Vejo-os no chão,
De coração nas mãos
E olhos fechados,
À procura da luz que os guiava.
Tacteiam incessantemente,
Gritam de dor e frustração,
Choram...
Pedem desesperadamente ajuda
Para se poderem levantar de novo...
Mas a força de gravidade
Acabou de ficar mais presente...
Quase visível.
Vejo-os,
Do alto da minha cadeira de papel,
Quase desistir de simplesmente respirar...
Vejo-os
Como quem olha para um espelho desfeito,
Sem falhas nem repetições,
Com os pés bem assentes no ar.
Pudessem eles voltar a sentir,
Abrir os olhos e inspirar...
Pudessem eles levantar-se
Para uma cadeira que não fosse de papel...
pedro isidoro
17FEV2010
Sem comentários:
Enviar um comentário